Após meses em queda, cesta básica apresenta nova alta
 

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Após meses em queda, cesta básica apresenta nova alta

17 / Outubro / 2022

Na variação acumulada do ano, ou seja, entre janeiro a setembro, a cesta básica de alimentos apresentou aumento de 7,26%.

 

Depois de meses com pequena redução de valores, o preço da cesta básica em Divinópolis voltou a subir. De acordo com o Núcleo de Estudos e Pesquisas Econômico Sociais (NEPES) da Faculdade Una Divinópolis, em setembro, o custo médio do grupo de alimentos em Divinópolis foi de R$ 574,90, o que representa uma elevação de 2,6% em relação a agosto, quando o custo da cesta foi de R$ 560,32. Ainda segundo o NEPES/Una, em comparação com setembro de 2021, a cesta básica apresentou elevação de 20,06%. Na variação acumulada do ano, ou seja, entre janeiro a setembro, a cesta básica de alimentos apresentou aumento de 7,26%.

De acordo com o coordenador da pesquisa, professor Wagner Almeida, no mês de setembro foi observado uma elevação de 1,22% em relação a agosto no preço médio do quilo da carne bovina de primeira. A carne corresponde a 40,9% da composição da cesta básica.

“Em 12 meses, ou seja, de outubro de 2021 a setembro de 2022, o quilo da carne bovina de primeira apresentou alta de 17,2%. Em agosto a exportação de carne teve bom desempenho, em especial para a China”, explicou o professor.

Em setembro, além da carne bovina que registrou aumento, houve alta expressiva no preço da batata (83,65%) devido a diminuição da oferta em função das chuvas e a redução do ritmo da colheita em algumas regiões. Outras altas foram observadas no preço do pão- francês (15,50%) e do tomate (14,23%).

Dos itens que apresentaram redução no mês de setembro, destaque para a banana (20,69%). Outros itens que registram queda foram o leite (13,16%) e a manteiga (5,63%).

“O elevado patamar de preço do leite resultou em retração do consumo. Por outro lado, o menor volume de venda, o crescimento dos estoques e o aumento das importações de laticínios culminaram em queda no varejo”, ressaltou Wagner.

 

Salário Mínimo

Ainda de acordo com a pesquisa realizada pelo Núcleo de Estudos e Pesquisas Econômico Sociais (NEPES) da Faculdade Una Divinópolis, para o trabalhador remunerado pelo piso nacional, R$ 1.212,00, o custo da cesta básica em setembro foi equivalente a 47,4% do salário mínimo bruto. Em setembro de 2021, quando o salário mínimo era de R$ 1.100,00, o percentual ficou em 43,5%.

“Considerando o salário mínimo liquido, em setembro de 2022, após o desconto de 7,5% da Previdência Social, o trabalhador precisou comprometer 51,3% da remuneração para adquirir os produtos da cesta básica, que é o suficiente para alimentar um adulto durante um mês”, destacou Wagner Almeida, coordenador da pesquisa.

O levantamento realizado em Divinópolis no mês de setembro/2022 estima que o salário mínimo necessário deveria ser equivalente a R$ 4.829,78 ou 3,98 vezes o mínimo de R$ 1.212,00. Em setembro de 2021, o valor do mínimo necessário deveria ter sido de R$ 4.022,74 ou 3,65 vezes o mínimo vigente na época, de R$ 1.100,00.

 

Jornada

Com base no valor médio da cesta básica em setembro/2022, o tempo médio necessário para adquirir os produtos da cesta foi de 104 horas e 21 minutos, maior do que o registrado em agosto, de 101 horas e 42 minutos. Em setembro de 2021, a jornada necessária ficou em 95 horas e 46 minutos.

 

Pesquisa

O Boletim Econômico elaborado pelo Núcleo de Estudos e Pesquisas Econômico Sociais (NEPES) da Faculdade UNA Divinópolis, tem como objetivo fazer levantamentos de preços e fornecer informações sobre um conjunto de produtos alimentícios considerados essenciais. A pesquisa desta edição foi realizada entre os dias 21 a 27 de setembro com levantamento de preços praticados em 05 diferentes estabelecimentos do ramo de produtos alimentícios de Divinópolis, que possuem em sua estrutura açougue, padaria e hortifrúti.

A metodologia utilizada para a coleta dos dados segue as orientações sugeridas pelo Departamento intersindical de estatística e estudos socioeconômicos (DIEESE). Esta cesta, chamada Cesta Básica de Alimentos, composta por 13 produtos alimentícios, seria suficiente para o sustento e bem-estar de um

trabalhador em idade adulta, durante um mês, contendo quantidades balanceadas de todos os nutrientes necessários a manutenção da saúde.